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Presentão de Natal: O Auto da Compadecida 2 nas telonas dos cinemas

Chicó (Selton Mello) e João Grilo (Matheus Nachtergaele) Crédito: Laura Campanella/divulgação

 

O Auto da Compadecida foi lançado inicialmente em formato de minissérie em quatro episódios na Globo e teve boa repercussão entre público e crítica. Mas foi no cinema, em uma versão condensada de 104 minutos, que a obra se consolidou e firmou sua popularidade. E, mais que isso, resistiu ao tempo. Quem nunca ouviu o bordão “Num sei… só sei que foi assim”, repetido por Chicó diversas vezes? Ou quem nunca, nas redes sociais, se deparou com um meme que faz referência ao filme?

A obra de Ariano Suassuna (1927-2014), lançada originalmente em 1955, passou a fazer parte da cultura brasileira, graças, especialmente, ao carisma de Selton Mello e Matheus Nachtergaele, que interpretam Chicó e João Grilo. Agora, depois de 25 anos de seu lançamento na TV, os personagens estão de volta, naquele que, sem exagero algum, é um dos filmes nacionais mais aguardados de todos os tempos: O Auto da Compadecida 2 chega hoje aos cinemas, com os mesmos atores como protagonistas e a direção do mesmo Guel Arraes, que agora divide a função com Flávia Lacerda, que foi sua assistente na série de TV.

Quem está de volta também é Rosinha, a amada de Chicó, que agora é uma mulher independente, em uma versão mais feminista e condizente com os tempos atuais. E Enrique Diaz retorna como Joaquim Brejeiro, que, após a morte de Severino (cangaceiro interpretado por Marco Nanini no primeiro filme), encontra trabalho nas terras do Coronel interpretado por Humberto Martins.

O desafio maior desta vez foi criar uma história original, já que a criação de Suassuna já havia sido explorada na primeira trama e não havia material produzido pelo autor que rendesse um novo filme. Então, Guel Arraes se juntou a João Falcão para criar o novo roteiro e tiveram o apoio ainda de Jorge Furtado e Adriana Falcão. Segundo Guel, a nova aventura é essencialmente sobre amizade: “O tema do filme é a amizade entre João Grilo e Chicó. A fé como elemento essencial na luta pela sobrevivência é a moral da história. Fizemos uma passagem de tempo dos anos de 1930 do primeiro filme para anos de 1950. É o início da modernização, do rádio, das compras em massa, do êxodo do nordeste para o sudeste”, diz o diretor.

“Apesar de grande parte da história ser original, seguimos os pilares do primeiro Auto: a luta pela sobrevivência (característica principal de João Grilo e Chicó); a injustiça social; a opressão; a religião e as crenças populares; a história de amor de Rosinha e Chicó, e a compaixão”, acrescenta o diretor.

 

Ator Matheus Nachtergaele (Chicó) com o ator jequieense Marcos Duarte

 

Matheus Nachtergaele não esconde o entusiasmo de retomar o seu papel mais popular: “Ser o João Grilo dessa versão do Auto da Compadecida é um presente dos deuses, é um chamamento para a brasilidade e uma grande oportunidade para eu definir o palhaço que sou neste país. O João Grilo é provavelmente o meu melhor trabalho e aquele que me trouxe mais alegrias”.

Selton diz que Chicó continua sendo o mesmo frouxo de sempre, “o maior frouxo que ele mesmo já conheceu”: “Eu adoro essa coisa dele ser medroso e isso continua firme e forte, mesmo na continuação onde é um homem feito, não mais um menino. Isso é muito engraçado e o público vai adorar rever esse lado dele, que é tão marcante”.

 

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