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A 6ª edição do Psycon 2025, maior congresso privado de psiquiatria do Brasil que aconteceu nos dias 7, 8 e 9 de fevereiro em Atibaia, São Paulo, reuniu palestrantes internacionais e médicos reconhecidos do país em três dias de aprendizado intensivo e trocas de experiências. O psiquiatra Jefferson Meira, professor da UnexMED Jequié participou do evento promovido pela Torrent, indústria farmacêutica indiana. Ele faz parte do programa de educação médica continuada da multinacional no Brasil.
A associação de transtornos psiquiátricos e doenças neurodegenerativas foi um dos temas abordados no congresso. De acordo com o médico, “já está estabelecido que a resistência à insulina, à obesidade, as dislipidemias ou alterações nos níveis de lipídios (gorduras) no sangue são fatores que aceleram o processo de adoecimento mental e dificultam a ação dos medicamentos psicotrópicos”. O Relatório Nacional sobre a Demência aponta que 8,5% da população com 60 anos ou mais já convive com o Alzheimer. Um número aproximado de 2,71 milhões de casos.
Segundo projeção do estudo, até 2050, cerca de 5,6 milhões de pessoas serão diagnosticadas com a doença no país. De acordo com Dr. Jefferson Meira, “nos últimos anos, começou-se a pesquisar o uso de medicamentos que agem na resistência à insulina para diminuir esses processos de envelhecimento cerebral, de neuroprogressão, com o objetivo de melhorar o prognóstico e a evolução de transtornos psiquiátricos e doenças neurodegenerativas”, relata.
O Alzheimer é uma doença multifatorial. Isso quer dizer que o histórico familiar o componente genético, o estilo de vida, a exaustão física ou psicológica, os estressores ou estímulos que causam estresse, todos esses componentes combinados aumentam a chance da doença neurodegenerativa se desenvolver, explica o professor. “Casos de indivíduos que desenvolvem demência antes dos 60, às vezes antes dos 50 anos, podem estar relacionados às mutações genéticas da proteína presinilina. Se além de todos esses fatores, o indivíduo for sedentário, obeso, fumar, beber, a chance de ele ter Alzheimer é muito maior. Contudo, a genética não é determinante: o indivíduo que mantém uma vida saudável pode não desenvolver a doença”, alerta.
A população mundial, de uma maneira geral, tem envelhecido mais. A taxa de indivíduos acima de 70, 80 anos, cresceu e à medida que as pessoas envelhecem, os índices de Alzheimer aumentam. Essa equação é diretamente proporcional. Para o psiquiatra, “as pessoas estão tendo mais Alzheimer porque a população está envelhecendo”, explica.