
Comemora-se nesta quarta-feira (26), o Dia do Cacau. A um mês da Páscoa, o preço do produto está nas alturas, e isso afeta diretamente o mercado de chocolate no Brasil. Embora o preço até tenha diminuído nos últimos meses, a tonelada quase triplicou nos últimos dois anos. Mudanças climáticas e pragas na plantação do cacau, junto de maior demanda pelo chocolate, fizeram o preço do doce disparar nos últimos anos.
Há milênios, o chocolate faz parte das celebrações, conectando pessoas e criando memórias. Na Páscoa, essa relação se intensifica. No entanto, o ingrediente principal dessa receita está cada vez mais caro. Costa do Marfim e Gana, responsáveis por mais da metade da produção mundial de cacau, enfrentam um inimigo silencioso: a doença do broto inchado, que afeta as plantas já envelhecidas e vêm sofrendo com os extremos climáticos.
No último ano, a produção mundial de cacau caiu 10% e a demanda pelo chocolate subiu na mesma proporção, o que fez o preço subir. Essa alta não afeta apenas a indústria, mas também confeiteiras.
Auxiliar no desenvolvimento de um ecossistema de agricultura familiar e regenerativa da cultura do cacau é o objetivo do Kawá, fundo de investimento voltado para pequenas propriedades do país. A iniciativa, lançada esta semana, pretende levantar R$ 1 bilhão até 2030 para investir em projetos ligados à cadeia produtiva da fruta na Bahia e no Pará.
O projeto é uma parceria do Instituto Arapyaú, organização voltada para desenvolvimento justo, inclusivo e de baixo carbono do país, e da ONG Tabôa Fortalecimento Comunitário, que atua para fomentar acesso a recursos financeiros e estímulo à cooperação, para projetos de sustentabilidade e justiça socioambiental.