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Parcela da população jequieense demonstrou perplexidade nas primeiras horas da manhã deste domingo (16), ao presenciar ou tomar conhecimento através das redes sociais, da demolição do imóvel de propriedade privada, identificada como a “Casa de Lomanto”, localizada na Rua Dois de Julho, esquina com a Avenida Rio Branco, em uma das áreas de maior valor comercial de Jequié.
A “Casa de Lomanto” recebia essa denominação por ter sido a propriedade onde residiu o cidadão e político Antonio Lomanto Júnior, ao lado de sua esposa Hildete Brito Lomanto, entre as décadas de 1950 e 1960. No local inclusive, o seu antigo proprietário revelava o desejo de que seus herdeiros pudessem adequar e transformar em espaço dedicado à preservação de sua memória e longa trajetória política, iniciada como vereador, passando por deputado estadual, governador da Bahia, deputado federal, senador, além de prefeito de Jequié por três mandatos.
O local sempre serviu como referência da cidade, desde década de 1960, quando Lomanto transferiu residência para Salvador e, posteriormente, Brasília, tendo sido ponto de encontros dos playboys da época e de namorados para se dirigirem ao ambiente das festas de Santo Antônio ou para assistirem aos shows de calouros, filmes e outros eventos no Cine Teatro Jequié, imóvel também em fase de demolição de sua estrutura original para dar lugar a uma farmácia.
Saudosismo à parte, a “Casa de Lomanto” enfrentava ao longo de décadas a necessidade de restauração, interna e externa. O prédio já abrigou por locação, por parte dos herdeiros de Lomanto, de empresas comerciais, a unidade da Embasa e, deste junho de 2021, até dada recente, a Rádio Jequié FM (89,7), que tem no seu controle acionário o deputado federal Leur Lomanto Júnior (União), até a consumação da sua venda para o empresário da própria cidade.
Em síntese, FIM ESTRADA para a tradicional e histórica “Casa de Lomanto”. O terreno dentro de pouco tempo estará abrigando dentro de algum tempo um moderno espaço comercial, restando para algumas gerações a saudade.
Vamos segmentos do setor artístico, cultural e mesmo pessoas comuns lamentam a perda que possivelmente, dentro de pouco tempo cairá no esquecimento e desconhecimento das futuras gerações.