O vereador de Caxias do Sul (RS), Sandro Fantinel (PL), ofereceu um Palio do ano de 2008, segundo ele, avaliado em R$ 19 mil como pagamento a um processo por danos morais por se referir a baianos de forma preconceituosa. O vereador responde a um processo por danos morais coletivos, e o valor arrecadado será revertido ao Fundo de Direitos Difusos para custear projetos sociais. A Câmara caxiense, na época chegou a pautar a cassação do edil, mas ele escapou de perder o mandato e foi reeleito nas eleições de outubro de 2024.
O valor representa apenas 10% dos R$ 200 mil pedido pelo Ministério Público Federal (MPF). A audiência de conciliação ocorreu por videochamada na última quarta-feira (29). O MPF e as entidades sociais que processam o vereador recusaram a oferta. As informações são do portal Metrópoles.
“Estou disposto a dar meu carro e ficar a pé”, disse o parlamentar, que afirmou não ter a quantia suficiente para o acordo. Na declaração de bens para concorrer em 2024, contudo, o vereador apresentou R$ 116 mil em bens. Ele também se ofereceu a viajar até a Bahia para pedir desculpas diretamente ao governo estadual.
O valor inclusive corresponde a um aumento comparado às eleições anteriores, quando Fantiniel declarou apenas R$ 13 mil. O vereador responde a um processo por danos morais coletivos, e o valor arrecadado será revertido ao Fundo de Direitos Difusos para custear projetos sociais.
Relembre – Em fevereiro de 2023, em uma fala xenofóbica durante pronunciamento na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, Sandro Fantinel culpou os baianos resgatados em situação análoga à escravidão, em Bento Gonçalves, por suas condições de trabalho.
“Todos os agricultores que têm argentinos trabalhando hoje só batem palma. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantêm a casa limpa e no dia de ir embora ainda agradecem o patrão pelo serviço prestado e pelo dinheiro que receberam”, apontou Fantinel.
“Agora com os baianos, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor, era normal que se fosse ter esse tipo de problema. Deixem de lado aquele povo que é acostumado com Carnaval e festa para vocês não se incomodarem novamente, que isso sirva de lição… Se estava tão ruim a escravidão, como que alguns do próprio grupo não quiseram ir embora?”, concluiu.