Saque do PIS/Pasep: veja como resgatar até R$ 2,8 mil esquecidos de 1971 a 1988

Desde o final de março, mais de 10,5 milhões de trabalhadores que atuaram com carteira assinada ou como servidores públicos entre 1971 e 1988 ganharam a chance de resgatar valores esquecidos do antigo Fundo PIS/Pasep. Esses recursos, que somam cerca de R$ 26,3 bilhões, estão disponíveis para saque por meio de uma nova plataforma lançada pelo Ministério da Fazenda, a Repis Cidadão, ou pelo aplicativo FGTS. A média estimada por beneficiário é de R$ 2,8 mil, mas o montante varia conforme o tempo de trabalho e o salário da época, já corrigido pela inflação. O processo, iniciado na última sexta-feira (28), visa facilitar o acesso a um dinheiro que muitos sequer sabiam que tinham direito, trazendo alívio financeiro em tempos de incertezas econômicas.
A liberação desses valores é um marco para quem contribuiu para o fundo extinto em 2020. Muitos trabalhadores, ou seus herdeiros, deixaram de sacar as cotas ao longo dos anos, seja por desconhecimento, seja pelas regras restritivas de acesso que vigoraram até recentemente. Antes, o resgate só era permitido em situações específicas, como aposentadoria, doença grave ou idade acima de 70 anos. Agora, com a unificação dos processos e a digitalização do serviço, o governo espera alcançar um público amplo, incluindo dependentes de cotistas falecidos, que também podem requerer os recursos.
O caminho para o saque passa por etapas simples, mas exige atenção. Para o titular, basta um documento de identificação oficial. Já herdeiros precisam apresentar certidões específicas, como a de óbito ou documentos que comprovem a relação com o beneficiário original. A plataforma Repis Cidadão, acessada com login Gov.br nos níveis prata ou ouro, é uma das ferramentas criadas para agilizar esse processo, oferecendo um ambiente unificado com informações claras sobre valores e procedimentos.
Para ter direito, é preciso que o trabalhador tenha exercido atividade remunerada formalmente entre 1971 e 4 de outubro de 1988, com os depósitos devidamente registrados por empregadores contribuintes do PIS ou Pasep. Após essa data, o sistema mudou, e os novos cadastrados não possuem cotas a resgatar, apenas direito ao abono salarial anual, que segue regras distintas.
Consultar se há dinheiro disponível é o primeiro passo para quem suspeita ter valores a receber. A plataforma Repis Cidadão, lançada em março, permite verificar isso de forma prática. O acesso exige uma conta Gov.br nos níveis prata ou ouro, garantindo segurança e conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados. Após o login, o usuário deve informar o NIS (Número de Identificação Social), que pode ser encontrado na carteira de trabalho, no extrato do FGTS ou no Cartão Cidadão.
O prazo para solicitação vai até 31 de dezembro, mas os recursos permanecem disponíveis por até cinco anos, até 1º de junho de 2029. Após essa data, os valores não sacados serão incorporados definitivamente ao Tesouro Nacional, sem possibilidade de resgate posterior.