“Abril Vermelho” preocupa associações de produtores rurais que cobram ações preventivas do governo

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que completa 40 anos em 2025 prepara uma série de invasões no próximo mês, chamado pelo movimento de “Abril Vermelho”, em referência ao massacre de Eldorado do Carajás, onde 21 sem-terra foram assassinados em 17 de abril de 1996. Tradicionalmente, o MST intensifica as ocupações durante esse período.
A mobilização faz parte da “Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra”, iniciada no dia 8 de março. Segundo o MST, o objetivo é pressionar o governo Luiz Inácio Lula da Silva a dar prioridade para ações no âmbito da reforma agrária.
Esse ano, o MST já promoveu, uma série de invasões de terras em 23 Estados e no Distrito Federal, com destaque para ações na Bahia, no Ceará e no Espírito Santo.
Na Bahia, a ação se concentrou em terras consideradas improdutivas na região da Chapada Diamantina, nos municípios de Nova Redenção e Boa Vista do Tupim. A invasão, com cerca de 300 famílias, cobra que essas terras sejam destinadas à reforma agrária.
Além disso, cerca de 600 mulheres concentraram as ações em um trecho da BR-101, próximo à cidade de Gontijo, no sentido de Itamaraju, no extremo sul da Bahia.
Preocupados com a extensão do “Abril Vermelho” e seus desdobramentos, o movimento de produtores rurais Invasão Zero defende o direito de propriedade e faz um alerta com o propósito de evitar essas invasões. Por meio de quatro orientações básicas, a campanha prioriza a comunicação com autoridades policiais e a montagem de acampamentos de produtores para evitar as invasões.
Enquanto isso, projetos de lei com o intuito de enfraquecer a atuação do MST seguem sem avanços no Congresso Nacional. Apesar do empenho da bancada do agro, após uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) investigar o MST em 2023, ainda não houve votações das propostas que integram o chamado “Pacote Invasão Zero”.